quinta-feira, 17 de março de 2011

DIZIMO A POLÊMICA – Se você tem dúvida vale a pena ler até o final


Como Funcionava o dízimo e a quem se destinava?
No princípio quando o dízimo foi instituído como mandamento era comido no local em que o Senhor ordenava:
Dt: 12 - 6 A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas.
12 - 7 Lá, comereis perante o SENHOR, vosso Deus, e vos alegrareis em tudo o que fizerdes, vós e as vossas casas, no que vos tiver abençoado o SENHOR, vosso Deus
12 - 18 mas o comerás perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que mora na tua cidade; e perante o SENHOR, teu Deus, te alegrarás em tudo o que fizeres
12 - 21 Se estiver longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para nele pôr o seu nome, então, matarás das tuas vacas e tuas ovelhas, que o SENHOR te houver dado, como te ordenei; e comerás dentro da tua cidade, segundo todo o teu desejo
Dt: 14 - 23 E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o SENHOR, teu Deus, todos os dias.

Faço uma simples pergunta:
- Você já ouviu em alguma pregação um líder religioso pregando que você deve convidar seus familiares, estrangeiros, viúvas ou necessitados e fazer um almoço como dizimo baseado em Deuteronômio 12 -18? Se Não ouviu? Já parou para pensar que essa foi a verdadeira ordenança de Deus? No próprio livro de Ml é citado que a vontade de Deus é que as ofertas sejam como nos primeiros anos.
Malaquias: 3.4 Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos.
Mas com certeza já ouviu um pregador pregar sobre Malaquias “3.10
Mas a ênfase da pregação sempre é trazer a contribuição na casa do tesouro (qual é a casa do tesouro?). Esquecem até do restante do versículo que é o motivo da contribuição: “para que haja mantimento na minha casa.
O dízimo, com o passar do tempo, era entregue aos levitas. Vemos tal explicação no Novo Testamento em Hb 7:5 e no Velho Testamento em Nm 18:21-32.
NM 18 – 21 e 32 afirma que o dizimo era entregue ao levita por causa do trabalho no templo pela remissão de pecados. Ex: Oferecer o sacrifício para purificação). Lembro que no tempo da Graça não há sacrifício a pagar para purificação pois todo preço foi pago, então não existe mais o ministério levítico para purificação e levita era somente da tribo de Levi que não mais existe nos dias de hoje.
Qual era a função do Dízimo?

Era entre tudo, compartilhar com o necessitado, ou seja, praticar a justiça social.
15 - 11 Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra.

A quem se destinava a palavra de Malaquias ?
No capitulo 3 (o mais famoso) admoestação era para os levitas. Ml 3:3.
3 - 3 Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas.
3.5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
Vemos no verso 5 que eles estavam defraudando o salário do povo e oprimindo os necessitados (viúvas, órfãos, estrangeiros) que no qual eram obrigados a compartilhar o dizimo e isso não estava acontecendo. Vemos Deus falando através do profeta que trará Juízo a eles. (em outras traduções Deus Irá “Julgar” esses Ladrões)
Uma pergunta, QUANTAS VEZES VEMOS LIDERES, PASTORES PEGANDO SOBRE DINHEIRO E NÃO SE IMPORTANDO EM DIVIDIR COM OS ORFÃOS, VIUVAS, ESTRANGEIROS E NECESSITADOS? E MUITOS ANDAM DE CARRO ZERO OU ATÉ IMPORTADO?
Deuteronômio
27.19 Maldito seja aquele que não respeitar os direitos dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas! E o povo responderá: Amém!

OFERTA: promessa, dádiva, oferenda, dar, apresentar, dedicar.
Se a oferta é uma oferenda, é algo que se da quando tem “vontade”, como podemos interpretar Malaquias 3:8? Como o povo estava roubando algo (oferta) que não é obrigado a dar? Se fosse só o Dízimo faria sentido, mas quando cita oferta aí sim muda o contexto e nos dá oportunidade de atentar ao verdadeiro sujeito. Tem como o povo roubar a própria oferta?
Digo que não. Como a função dos levitas era recolher as ofertas e dízimos, tais pessoas não estavam entregando do dizimo dos dízimos e nem dividindo com as viúvas, os estrangeiros e os necessitados e estavam ficando com toda arrecadação.
Se então o dízimo era para obra social (para haver mantimento Ml 3:10), pode-se utilizá-lo para construção de mega templos, compra de lotes, pagar o carro novo do Pastor, enfeitar a igreja?
Alguns líderes mais criativos, pedem uma oferta especial , uma oferta extra para praticar a obra social. Conforme as referências bíblicas citadas, isto é errado, o Dizimo teria tal função. Dízimo foi criado para isso e ponto final.

Então devemos dar 10%?II Cor 9 - 7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por obrigação; porque Deus ama a quem dá com alegria. (se cada um tem que contribuir segundo o seu coração, então é correto um líder estipular o valor da oferta, ou estipular que deve-se dar o Dizimo Dobrado como vemos em muitos casos hoje em dia?)
9 - 9 como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
Na igreja primitiva não se dava 10%, davam o que Deus havia proposto nos corações, e em Atos 2 a partir do 42 vemos que davam propriedades e fazendas e todos tinham tudo em comum. Então davam 100%.
Os 10% era a pratica da lei dada Mosaica, mas hoje (Era da Graça) impera a palavra do Apóstolo Paulo em II Cor 9:7.
Mesmo na igreja primitiva o motivo era o mesmo:
Atos2 - 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
4 - 32 Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.
4 - 35 e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.
Hoje a arrecadação é divido Igualmente entre os necessitados conforme versículo 35?
Lucas 18:12 – 14
18.11 O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos.
18.12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
18.13 Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador.
18.14 E Jesus terminou, dizendo: Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro (olha que ele não deu o Dizimo), que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido.

“A primeira menção ao dízimo aparece em Gênesis 14:18-20, texto que é citado e esclarecido em Hebreus, no capítulo 7. Nesses trechos, observamos que o patriarca Abraão entregou o dízimo dos despojos de guerra a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, que o abençoou. É um belo texto, em que o autor tem o objetivo de mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo (que era representado por Melquisedeque) em relação ao sacerdócio levítico (da Lei). Porém, os religiosos capitalistas preferem pegar um fato pouco relevante da narração para ensinar sobre dízimos.
Algumas observações, sempre omitidas, devem ser feitas sobre essa passagem tão utilizada pelos defensores desse imposto camuflado: Abraão deu o dízimo uma única vez (por que atualmente cobram todos os meses?); não teve nenhuma exigência da parte de Deus, ou seja, foi uma entrega voluntária (então não poderia ser exigido dos fiéis, certo?);

Devorador
Malaquitas
3.11 Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. (Tradução Atualizada)
O legal é que hoje Esse tal devorador é pregado nas igrejas como sendo um Demônio que age nas finanças de quem não é dizimista.
Se atentarmos a outra tradução (Linguagem de Hoje, linguagem internacional) mostra algo diferente:

3.11 Não deixarei que os gafanhotos destruam as suas plantações, e as suas parreiras darão muitas uvas.
Nessa tradução o texto fala de um Inseto (do reino animal) e que Deus não iria deixar chegar as plantações.

Agora considerando que o Devorador seja realmente um demônio, Vejamos:
Será que o Devorador é maior que o sacrifício da Cruz? Será que o sacrifício de Jesus não conseguiu despojar e rasgar o escrito de dívida que estava nas mãos do devorador e agora temos que pagar em prestações (10%) para ele nos deixar em paz e não mexa em nossas finanças? Pagar Pedágio?
Colossenses 2 - 14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.
2 - 15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. (principados e potestades não inclui o devorador?)

Colossenses 1 - 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.

Romanos 8 - 38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
8 - 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Minha conclusão é que intencionalmente as pregações sobre o Dizimo somente são faladas de Malaquias 3 pois tem um peso (julgo) maior quando mal interpretado, atuando psicologicamente sobre os fiéis. Na maioria das vezes é pregado para arrancar o dinheiro do povo, colocando peso de pecado e de empobrecer quem não contribuir.

Por que existem tantos textos sobre o assunto e somente é pregado Malaquias?O peso psicológico que criado pelos pregadores sobre esse texto é tão grande que se algo de errado acontecer, se ficar devendo, se faltar algum dinheiro, se contrair uma doença, ou uma adversidade, a primeira coisa que o Líder religioso fará é colocar a culpa no devorador que entrou na vida da pessoa após a mesma não ter dado o Dizimo.

A intenção do estudo não é fazer com que o contribuinte (Dizimista e ofertante) deixe de contribuir, apenas para que cada um contribua com o que sentir no coração (2 Cor 9 - 7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. ) e de forma correta, sem peso de pecado ou de ser penalizado, mas com liberdade e alegria.
Proponho entregar o Dizimo ao Verdadeiro e único Sumo Sacerdote.
Como a Lei foi revogada; o templo de Jerusalém foi destruído, não existindo mais a Casa do Tesouro, nem os sacerdotes; Jesus veio ao mundo e tornou-se o sumo sacerdote (Hebreus 6:20). Proponho entregar o Dizimo ao Verdadeiro e único Sumo Sacerdote. E como devemos entregar o nosso “dízimo” a Ele? A resposta está em Mateus 25:34-40, que é alimentando o faminto, dando água a quem tem sede, hospedando o estrangeiro, vestindo o carente, visitando o doente e não fechando os olhos para o preso. E que todas essas atitudes sejam realizadas com alegria. Não podemos tirar do Evangelho o que ele tem, assim como não devemos colocar o que ele não tem.
Mateus
25.34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
25.35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
25.36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.
25.37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
25.38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
25.39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
25.40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

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